Thursday, August 30, 2007

A caminho dos zzzzzzzzzzzzz

Ha dias em que tudo e mais ou menos igual…as rotinas, sem costuras, fundem-se e so nao se confundem por causa dos popups do calendario anunciando desvios de rota. Nem sempre os vejo a tempo, os popups; hoje por exemplo estava triple booked para as 10 da manha, o que nunca me tinha acontecido antes. Lembrava-me de uma coisa, lembraram-me da outra, deixei instrucoes para que fizessem a terceira por mim enquanto me despachava da segunda, ja atrasada por ter estado a tratar da primeira (a mais importante, claro, ao menos isso). Estive dislexica numa, politicamente incorrecta noutra e pus o meu melhor sorriso e uma promessa de recompensa para a ultima.
Se eu fizesse parte de uma banda desenhada, por volta do meio dia o cartoonist ter-me-ia desenhado com uma lampadazinha (a moda antiga) a levitar a altura do meu cortex cerebral: tive um momento eureka. Descobri, por uma casualidade (desconcertante descobrirmos coisas importantes, ainda que de trabalho, assim randomly, e sempre assustador, lembra-me aquele filme do Woody Allen, o “matchpoint”), que o desastre de ha duas semanas se deveu afinal a um pequeno detalhe que alguem ignorou, esqueceu, enfim, uma amnesia pateta que me custou varios neuronios de boa qualidade, os tais que faziam um circuito que duvido conseguir reconstituir com os “novos” ingenuos, uns “marias-que-vao-com-as-outras” confusos que supostamente me nascem todos os dias e que rabeiam, patetas, para um sitio onde nao fazem falta absolutamente nenhuma. [contaram-me no outro dia uma piada muito venenosa, a proposito de neuronios que nascem em cerebros de homens e que, vendo-se sozinhos e desamparados, chamam pelos irmaos e a “pia” so devolve o proprio eco…ha mais estoria mas eu devia ficar por aqui…mas pronto, a punchline e que os neuronios estavam todos numa festa, noutro sitio…]. Como diz o meu chefe, deve-se olhar cada problema de varios angulos e no final pode-se descobrir, sem dramas, que o tal problema esquinudo tem varias solucoes tambem...duhhh, eu por mim estou super contentinha por ter conseguido descortinar a unica solucao possivel para o que me tinha ficado atravessado, thank you very much. Ja me andava a doer o pescoco de tanto o contorcer a procura de novos angulos, bolas.
Boa noite.

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Monday, August 27, 2007

"Sem Resposta"

Já não sei porque
finjo não entender
O código preguiçoso dos teus olhares sutis

Tento te esquecer
fujo prá não deixar
legítimos sentimentos
ainda sem resposta

Como um vento que ameaça
voce
Bate sempre tão forte porque
Chuva de verão é voce
Tempo que nunca passa
voce

É melhor assim
Vou deixar ficar
a dúvida insistente nesses desejos banais

Juro que eu tentei
Tantas vezes quis
Dizer que ficar contigo
Me deixa tão feliz

Como um vento que ameaça
voce
Bate sempre tão forte porque
Chuva de verão é voce
Tempo que nunca passa
voce


Celso Fonseca



Se eu fosse uma gaja esperta, ja tinha percebido como por musica no meu desalinhado...esta e mais uma preciosidade do Celso Fonseca que felizmente passa no pandora. Para a tal "instant gratification", nada como iTunes.

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Sunday, August 26, 2007

"It is not who you love, but do you love?" **

Estou com uma dor de cabeca do tamanho do mundo…a seguir a video conferencia que o skype proporciona (que funciona assim como os votos que se trocam no casamento “na saude e na doenca, na riqueza e na pobreza”, ou seja, tanto da para a troca mais ou menos inconsequente de informacao como para momentos quase unicos em que se consegue transformar a distancia em proximidade, a ausencia em presenca) enviei um e-mail ao meu Budha a dizer “I finally feel like an equal”. Estou exausta, a sensibilidade a luz e as nauseas anunciam uma enxaqueca que seria odiada se a causa nao tivesse sido tao nobre como a de hoje. Abandono-me as nauseas e ao resto, embalo-as com um “chocolate lava cake” morno e duas aspirinas suplementadas com varios miligramas de cafeina.

Depois acabo o que estava a fazer, ha duas horas atras, a minha tarde atrasada, desgovernada, cancelada...mas solta, leve, feliz ate. Abro o outro e-mail, ha um diminutivo em que nao me reconheco, um video que nao consigo abrir no iMAC, um “lembrei-me de ti” que soa tao delicioso por ser exactamente o que faz sentido. Nao, nao preciso de “escrever” contigo, nao preciso de te ouvir nem de te ver. Sinto-te na minha vida, es poesia, beleza, paz.

Arrumo os objectos espalhados que nao fazem sentido, cada vez gosto mais de coisas desemparelhadas, singulares, assimetricas. Os dois girassois que ontem comprei no mercado de rua em Sunnyvale faziam parte de um grupo de 5 – dei 3 com o pretexto de so me caberem 2 na jarra que teimo em manter florida – destoam desta vontade de desafiar o equilibrio dos numeros pares. Afinal cabiam 3, para a proxima ja sei… A Marie e a Erykah cantam sobre bandy snakes, eu sigo o conselho e ondulo-me, I take the time, I take the beat, I feel alive. I do.

** Michael Franti

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Saturday, August 25, 2007

Test, test...

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De volta ao passado

"A persistência de dificuldades em adormecer e os pesadelos são sinais evidentes de que a criança se encontra em sofrimento."

DN, hoje. Ja vai tarde a informacao da Psicologa Marina Carvalho.

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Wednesday, August 22, 2007

Marie, Marie, Marie

Uma (grande) vantagem de se viver nestas bandas e poder assistir a estas coisas...
E com um nadinha de sorte, deve la aparecer o Michael Franti. Pelo menos foi o que aconteceu da ultima vez que a Marie abriu (duhhh) para "Les Nubians", no Bimbo's.


By the way, Safari sucks!!! Firefox, here I come!!!

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Emporio Armani

Encontraram-se no apartamento. O tal apartamento que nao era uma casa de viver, apenas um espaco de passagem, uma especie de covil seguro para uma quadrilha de homens cool que usam fedoras e fato de tres pecas. Os outros tres falavam como se as palavras custassem milhoes a pronunciar, e, quase sem aviso, algo os fez cair num silencio arrogante de quem esta sempre preparado para o pior…agarraram em meia duzia de objectos e sairam pela porta da frente, furtivos, rapidos. Ela olhou o cone de luz que iluminava a mesa da sala de repente vazia e, percebendo que tambem tinha de se por a mexer, saiu pela janela, desceu a escada de emergencia e, movendo-se lentamente junto as paredes laterais de predio, chegou a rua. Chovia. Chovia imenso e ela so tinha o estupido guarda chuva das flores cor de rosa em fundo branco. Para quem tinha “desaparecer” na agenda, ia dar muito (demasiado) nas vistas. Nao se importou. Abriu o guarda-chuva e mal pos o pe no passeio, pronta para atravessar a estrada, um vulto gritou “E ela!”. Como num filme de accao, cortou a estrada como se do outro lado estivesse a salvacao, mas olhando cada carro, medindo cada distancia como se tudo se passasse em camara lenta. Do outro lado furou, como se fosse um cao, a floresta de pernas de um magote de gente apinhada numa paragem de autocarro e deixou-se ficar um bocadinho, dois minutos no maximo, protegida por rostos e corpos perfeitamente indiferentes ao seu. Foi ai que o viu: tinha um rosto angelico, cabelo liso, castanho, a franja comprida dum risco ao lado…parecia-se com o Cameron mas nao era ele. Vestia umas calcas cargo verdes e um blusao castanho. Ela gostou do seu olhar sereno, ainda que distraido. “Posso ir contigo?” Seguiu-o ate um predio baixo com varandas grandes, acessiveis. Uma outra versao do Cameron esperava (?) e ele ignorou-o. Entraram no apartamento. Era simpatico, simples, tinha uma tapecaria tibetana na parede. O Cameron numero 2 olhava-os do janelao da varanda, de fora, um olhar perdido de quem ali tem estado muitos dias, mas ainda assim imovivel. “Ele ama-te muito”. Encolheu os ombros. “Senta-te, queres tomar alguma coisa?”. “Nao obrigado, eu so queria parar de fugir”. “Entao para”. Antes de poder saborear a simplicidade serena dessas duas palavras, ouviu pancadas na porta. “Nao abras”. Acordou.

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Happy citizenship

Enquanto o alcool das duas garrafas de "moet chandon" que nos bebemos e que a L fingiu beber actua como fluidificante das membranas dos nossos neuronios piramidais, nao ha nada que eu possa dizer ou escrever que faca muito sentido. Ate porque sairia muito aquem do que tu mereces. Ainda que nao percebas um puto do que eu para aqui escrevo. Assim, nada como te dar os parabens por uma coisa muito estupida, mas que tu, por algum motivo (nao estupido, espero), achaste importante conseguir.
Salute!

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Doing the right thing?

Aconteceu. Foi acontecendo. Uma especie de epifania Em casa so falo MAC, melhor, iMAC e MAC pro. Nao fosse a quantidade de “pennies” que o iphone custa, estaria a iphonar ao gang e a quem recebe as minhas (poucas) chamadas. Mas ultimamente, sem duvida resultado das sessoes de pontificacao com o Peter, designer extraordinaire de blackberries e outros aderecos inuteis (for the record, esta gente e promiscua, tanto so involve com HP como com motorolas e frutas do bosque), sinto-me culpada por esta subita fascinacao por objectos com o logotipo da maca. E ha coisas que a maca nao faz bem ou pura e simplesmente nao faz. Por exemplo, o Safari nao mostra quem esta online no gmail, o OSX nao gosta do picasa, e nao ha windows media player para fazer as cancoes mais pequeninas, mesmo a jeito de se mandarem por e-mail. E quem diz isto diz outras coisas assim, importantissimas para o meu bem estar. Escrever sms no iphone e uma aventura, porque nao e “wide enough”, a internet nao se vira ao atraves, e mais um ror de coisas que nao fixei. Nao fiz de proposito, juro, mas deixei cair o Motorola e agora o bicho esta assimetrico e tem o verniz estalado. Qualquer coisa que nao se fecha bem, que deixa ver, pela frinchinha, as entranhas muito organizadas e cheias de caracteres japoneses. E assim vao andando as coisas, ate que o preco do iphone caia para ¼ do que e agora, poderei ter de mandar vir a minha “vitamina” da extinta Telecel. Havia de ter piada.

Escrito ha muito tempo...

Com a desculpa do “been there, done that”, devo ter soado demasiado “blunt” quando o que eu quero mesmo e proteger-te. Explicar-te que as vezes fazemos coisas pelos motivos mais errados, e nem sempre lemos nas entrelinhas. Tu sabes que estas coisas nao sao faceis. Era so.

Wednesday, August 15, 2007

10 anos mais velho que eu

Ja ca nao deves vir ha seculos... mas nao faz mal.
Para mim ainda e dia 15 mas para ti ja conta - parabens meu querido tigre!

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Friday, August 10, 2007

Babel*

Gustavo Santaolalla e Ryuichi Sakamoto

Nao sei que diga

Nao sei

* Eu sou assim, tenho esta paranoia de so ver filmes premiados passados meses e meses do hype.

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Thursday, August 09, 2007

Ele, o outro e mais o outro

Ele diz que eu nao percebi nada de nada. O outro diz que eu nao percebi nada de nada (I see a trend here), que nao me deixei contaminar pelas suas qualidades de heroi que tudo sabe, tudo resolve, tudo determina da melhor (e unica) maneira possivel. Estou farta, fartinha, zombie de saber que o que me define e o que eu nao sei/soube/quis fazer. E para ajudar a missa, nao sei onde pus a porcaria dos resultados do teste aos meus pontos fortes. Em abono da verdade valia-me de pouco...os Americanos, neste quest impossivel de caguinchas de aumentar a auto estima dos que se consideram (ou consideraram, a certa altura do campeonato) uns falhancos, gostam de publicar uns livritos para nos ajudar, pobrezitos de nos, a identificar as nossas mais marcantes qualidades...para que nos foquemos nelas, tiremos partido delas, nos apoiemos nelas nos dias em que o tais falhancos nos tiram horas (noites) de sono. O segundo "outro", o heroi, trouxe-me o livro num dia em que a chefe resolveu dar o livro a cada um dos seus reports. Para lhes poder massajar a auto-estima, desfazer os nos dos musculos retesados de tanto stress, tanta frustracao. Fiz o teste e descobri as minhas 5 melhores qualidades. Ja nem me lembro mas era tudo coisa a cheirar a Madre Teresa de Calcuta. F*** disse-lhe eu, cada cavadela cada minhoca. Should I go hang myself now? O "mais o outro", coitadinho, acha que eu sou wise, balanced, rounded. Tadinho e corno diz a minha irma. Pois, nao confirmo nem desminto. Booty calls contam?
"Ele" esta quase a fazer anos. E virgem. E tigre de agua.
"They are also born with a great intuitive power, which gives them accurate and excellent judgement".
"Tigers do not find worth in power or money. They will be completely honest about how they feel and expect the same of you".
"As friends, Tigers are exceptionally warm and incredibly generous with their time, attention and money. Friends are always welcome in a Tiger’s home and will most often be greeted with a cup of coffee, an ear, a tissue, an open mind and an open wallet. Few friends could be as caring and affectionate, as quirky and surprising, or as genuinely interested as the Tiger."

I say, Wow..................

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Wednesday, August 08, 2007

Grand Canyon west, home of the skywalk




La estivemos, visitantes e visitados, a testar a nossa capacidade de nos deslumbrarmos com paisagens magnificas, silencios e 4000ft de escarpa. Para olhar, de gatas, atraves das separacoes dos vidros.
As cores do por do sol no canyon, a tarantula, a cascavel, as luzes desligadas na estrada de terra batida, o nascer do sol por tras do motel in the middle of nowhere e o pequeno almoco de french toast. Sweet Cat, nos somos uns tontos.

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