Otto Visits
Olhar azul matreiro, movimentos lentos e tao precisos quanto possivel (afinal ja estamos na casa dos 70), maleta onde o alinhamento dos frascos, das caixas, dos instrumentos, dos trapinhos e demais bugigangas, cheira a outros tempos, tempos em que as coisas eram feitas com um vagar e com um orgulho que ja nao esperamos de ninguem. Passamos do Ingles para o Portugues (eu alegremente respondo ao "gutten morgen" com um "tudo bom?" abrasileirado, so para o contextualizar) como quem ainda nao decidiu em que lingua nos sentimos mais a vontade. Ao longo do dia foram saindo dos varios bolsos e compartimentos, as eternas tabletes de chocolate negro com amendoas. Desta vez de fabrico Russo. "Aposto que voce nem sabia que os russos faziam bom chocolate". Pois nao. E que desgracadamente tambem nao morro de amores por chocolate negro. Mas aceitei o A. Kurkunov e mais o Lindt excellence que me deu a despedida, fazendo votos de bom sorte na manutencao do Portugues. O Peter dizia que nao gostar de chocolate negro era indicativo de imaturidade, ou seja, so a miudagem e que gosta de chocolate de leite. Isso. Eu, cheiinha de vontade de abdicar das fraldas e da chupeta, fui ao "bittersweet" na Fillmore street e comprei uns Neuhaus de cacau de S. Tome. E aproveitei para descrever o "Equador" a quem me quis ouvir. Mas a conclusao e que nem mesmo com a promessa dos efeitos beneficos do cacau, anti-oxidantes e tudo (nao confirmo nem desminto efeito positivo na libido, mas conheco quem jure a pes juntos que funciona), nao ha nada como um bom chocolate de leite…sorry Otto. Mas nunca deixa de me fascinar essa fantastica capacidade de comunicar em que cada frase, cada observacao, tem um spin deliciosamente malicioso – em versoes trilingues, ainda por cima.
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