Sunday, May 28, 2006

Baby shower

Hoje mais uma interrogacao na minha alma de nao-mae. Baby shower. Uma celebracao sem traducao em portugues, quer linguistica quer "ideologica". Basicamente e uma festa que amigas da futura mama organizam, onde se come, bebe e oferece prendas para o rebento que vem ai...coisa estranha, dar-se prendas antes do nascimento. O ponto alto da festa e esse mesmo, a abertura das prendas. A mama to-be senta-se com as amigas em circulo e vai abrindo as prendas. E la vem os "ahhhsss" e "ohhhhs" em coro, os "so cute", "how pretty", "you guys are great", "you shouldn't have" e mais uma serie de expressoes de circunstancia. A barriga esta balao, os presentes sao de facto lindos, a mama esta radiante e o pai solicito. Fiquei-me a pensar sera que eu estou levemente triste, levemente ciumenta, levemente jaded? Que quero eu?

Para a semana vou a casa. E bom que nao me esteja ainda a debater com estas perguntas, faz-me mal ao poder de argumentacao.

Friday, May 26, 2006

Smart fats for growing brains!

A vidinha vai correndo a correr, as vezes literalmente, mas devagarinho que eu nao sou potente nestas coisas de usar musculos. E como o oleo de figado de bacalhau da infancia – acredita-se nas promessas magicas da coisa e engole-se por obrigacao. Omega3 e omega6 por um lado, menos baby fat (I wish) por outro.
A minha onda agora e a mielina e tudo o resto que lhe diz respeito. Ando a “fabricar” oligodendrocitos no lab, cheiinhos de acidos gordos mas simpaticos. O meu favorito e o DHA, ou docosahexaenoic acid. Vou carregada dele as capsulas quando vou para casa. E os esquimos que o digam, que supostamente devem a baixa incidencia de doencas neurodegenerativas a enorme quantidade de peixinho que consomem.

Saturday, May 20, 2006

2046


Na altura em que saiu, nao sei porque, nao fui ver. Depois perdi outra oportunidade em Aveiro, no Oita. Acabei por alugar o DVD do Blockbusters que fica no caminho entre-o-trabalho-e-casa. So dois dias? Irra que estes gajos sao sovinas…nao podiam ter comprado duas copias do dito? Entreguei de volta sem ter tido tempo de premir “Play”. Finalmente comprei-o e vi-o em duas prestacoes. Tenho de repetir a dose, desta vez de uma assentada que assim nao tem jeito nenhum.

O Tony Leung…nao e o que eu esperava. O Eduardo Prado Coelho tinha-lhe gabado a figura, a entrega, o “ar”. Eu nao lhe consigo suportar o cantones de aldeao e o facto de nao ser o mesmo Tony Leung de “O amante”. Sinto-me traida, enganada. Afinal e Tony Leung Chiu-Wai e nao o Tony Leung Ka Fai. Eu queria que ele fosse o “Ka Fai”. Mas que treta. Nem os meus colegas chineses souberam desfazer a confusao. Porque a maior parte nao viu o filme, ou se viu achou “seca”, nao sabem quem e Wong Kar-Wai nem querem saber. Alias, e uma coisa interessante, nao sei se pelo meio (professional) em que me movo, se por uma certa e estranha forma de seleccao “natural”, os/as chineses que conheco sao quase que completamente desinteressados de "cultura". Filmes, livros, musica…nada os faz desatar a lingua em deambulacoes de "comos", "porques" e "porque naos". Mas, verdade seja dita, quase ninguem a minha volta e muito dado a livros ou cinema. Eu que me envergonho de nunca ter lido "Lolita" nem "Daisy Miller", sou uma ave rara neste contexto social.

Voltando ao filme…nao percebi bem a historia, o fio condutor – ha supostamente muitas referencias a pessoas e historias do “In the mood for love” que me passam ao lado. Mas tenho de voltar a ver o filme, mas tem mesmo de ser do principio ao fim…para ja fica a sensacao de, como alguem disse “elliptical storytelling”, de emocao desesperada, muitas vezes contida, elegante, de olhos rasgados delineados a khol. Sempre invejei a curva dos olhos chineses, nao ha traco absolutamante nenhum que a imite na perfeicao. E os planos…as cores…os olhares perdidos, paralelos, nada deixado ao acaso, cinematografia fabulosa.

Thursday, May 11, 2006

Ter estomago para aguentar a nossa ciencia…outra vez

Decidi entao que vou la continuar a cheirar traseiros a alfa-caes, alfas-wanna be e resto da comunidade bloguista de ciencia. Estes gajos sao mesmo lixados e de uma lingua-afiadisse que as vezes e demais. Pobre Hespanha, tas tramado meu. Es um inocente. Mais valia teres estado quieto e calado. Afinal quem te mandou ir ao queijo? Tava-se mesmo a ver que a coisa cheirava a ratoeira…
Deixa-te estar em Santa Barbara que e onde estas bem. Ai que saudades da comida no chef Karim’s…

Tuesday, May 09, 2006

Ter estomago para aguentar a nossa ciencia…

No outro dia cometi um erro crasso, de uma naivite imperdoavel. Resolvi dar a minha opiniao num forum/blogue de discussao de ciencia. Dirigi o meu comentario a alguem que estava a ser demasiado acido, mas enfim, como cada qual tem direito a sua opiniao, por mais acida ou basica que seja, decidi nao criticar a critica exagerada mas sim acrescentar a uma linha de raciocinio que o “acido” debitava e que fazia sentido. Pois nao correu bem, a acidez veio de volta para atacar nao o estomago geral cyber-bloggista mas o meu proprio. As minhas celulas parietais ja se recompuseram da overdose mas os meus neuronios, estupidos e sensiveis, isolados demais, humildes demais para reagirem com os cojones bem no sitio, so agora se revoltaram contra o meu comentario de cao-que-se-deita-de barriga-para-o-ar-quando-desafiado, em reposta a acidez do alfa-cao. Agora resta saber se la volto para dar os meus five cents e desta vez, logo a primeira, logo a matar, consubstancio a minha verborreia com citacoes de peso ou se pelo contrario, nunca mais la vou cheirar os traseiros dos alfas.
Decisoes, decisoes…

Tuesday, May 02, 2006

Ai a minha vida...

Cada vez acho mais dificil justificar porque e que ainda nao estou casada e porque e que ainda nao tenho filhos (ou ao contrario, nao interessa). Que e como quem diz, justificar aos meus pais porque e que eles ainda nao tem netos. Porque nao e tanto por mim mas mais por eles. A questao e deles, raramente minha, a nao ser que fique muito abalada com a tristeza que eles teimam em demonstrar – agora mais esporadicamente – e me comece a perguntar o mesmo. A verdade e que ja quis mais essas coisas (marido e filho(s)) mas quando o digo alto, eles olham para mim como se quisessem perguntar “como e que esta saiu de dentro de nos?” ou “que mal fizemos nos para merecer isto?”.
Bem, vamos e embora “daqui” desta onda que se faz tarde. Introspeccoes desta natureza sao mas para a productividade.