Sunday, October 29, 2006

E o copo de Bailey's??

Não me parece que mintas. Sentimos sublimada essa tua natureza que conheço desde os tempos de liceu e consubstanciada nos tempos de faculdade.. Recordo as tuas vesperas de exames, as tuas crises de auto-confiança, enquanto estudavas..

Da qual não precisas, sempre foste melhor e maior que os outros, e invejava-te e surpreendia-me essa capacidade.. Olho pelo canto do olho para ti há anos, e vejo uma miuda sexy, inteligente e outros mais atributos.. Lembro-me da tua fixação pelos smiths e de ti a cantar "mariana, mariana, tua mae, tua mae está-te a chama-a-ar..."

É engraçado, a memória prega-nos de facto partidas.. Revisitam-nos, surpreendem-nos e reduzem-nos (me)... Estava à procura de uma citação do Murakami que li hoje à tarde mas não a encontro.. Fica para o próximo post.

Nothing else interesting...

O tempo esta a arrefecer muito lentamente, ontem quase que dava para jantar "al fresco" com os bracos ao leu. Eu mais a minha peruca azul, a echarpe de penachos e os oculos de bibliotecaria "on crack". Era Halloween misturado de festa de anos. Com uma enfermeira de uniforme justo, meias de rede pretas e sandalias de salto alto, do "seu" senhor padre, um anjo, uma saloon girl, um esqueleto, um dragao azul, um anjo bebe, uma havaiana e muita mais gente vestida de gente, contentes na sua propria pele.

Eu minto aos meus amigos...minto uma seguranca superior, uma felicidade mais feliz, um corpo mais sexy e uma liberdade menos apertada que a real. No outro dia alguem me perguntou, por e-mail, um "are you happy" cheio de pontos de exclamacao, e muitas reticencias. Mas como pode haver reticencias a seguir a uma pergunta daquelas, duvido muito que quem a escreveu se tenha apercebido da responsabilidade que a tal hyper pergunta acarreta. "None-of-your-bloody-fucking-business". Uma vez fiz essa mesma pergunta a alguem da minha familia, apos mais uma discussao cheia de palavras velhas, encarquilhadas de secas, penso que movida por uma necessidade arrogante de ouvir silencio do outro lado. Correu mal porque nao houve silencio e a resposta veio "sou" e depois o que eu disse foi um "ainda bem" que nunca esteve planeado. Era "nova", cheia de um paleio seguro e uma esperteza saloia. Agora tento calar-me por mais tempo, ouvir mais e dizer menos. Ainda nao estou no ponto ideal, mas la chegaremos. Raramente o meu discurso sai coerente e cortante de palavras qb. E-me dificil o equilibrio, tendo um pouco a papagueacao quando estou mais nervosa e as vezes falo demais, soo-me parvinha, preciso que alguem me de um pontape debaixo da mesa. Outras vezes sou bicho do mato. Bipolaridades que me desesperam.

Sao muito poucas as pessoas (que conheco) que nao precisam de sentir "some kind of validation", ou seja, *alguem* tem de lhes dizer que o que fazem ou dizem esta correcto, que sao lindas, simpaticas, capazes, inteligentes e porque nao, boas na cama...uma especie de cafeina verbal sem a qual nao conseguem funcionar. As mulheres sao as mais atacadas por este virus que os homens. Sera o segundo cromossoma X?

Quanto ao (des)alinhamento deste blog... ao pretende ser mais nem melhor nem mais inteligente que isto, e nao precisa de validacao. Nem de maus vibes.

AC

AC:

Tenho lido e relido o teu post sobre o Dr.X. E lembrei-me que faz agora precisamente vinte anos que te conheco em que vamos entrando e saindo da vida um do outro, e em que os periodos "out" (passo o estrangeirosmo do "amaricano") sao sobretudo por minha culpa. Vem isto a proposito dos habitos que continuam a ser habitos e dos habitos que deixam de ser habitos e da frase que disse tantas vezes e que detestas ou detestavas (mantens o habito?) de que "há coisas que nunca mudam" e de quando disseste "es tu!".

Chegamos (acento no a) ao tal periodo em que os habitos se vao manter a acreditar no tal senhor, e reparo que, apesar de ter feito as contas e chegar ao numero redondo dos vinte anos, nao sei mesmo ha quanto tempo nao te vejo. E continuo a ter a minha mae a perguntar por ti, e a ouvi-la dizer "ha coisas nas quais voces sao tao parecidos". Eu nao lhe pergunto em que, mas receio saber do que e' que ela esta a falar.

Um beijo,

RAV

Sunday, October 22, 2006

God still loves you...

Cinco aves marias e 2 pai-nossos. Vai e nao tornes a pecar.

Segunda tentativa: que tal Zola?

Ora...

A ver se entendo o que o Dr X explicou...a ideia e que ha um ponto de viragem na vida dos humanos. Essa viragem acontece aos 35 anos, mais ano menos ano e e totalmente independente do sexo. Homens, mulheres, ninguem escapa. E o que acontece? Fica-se assim como que impermeavel/insensivel/nao disponivel as coisas novas...os exemplos que ele deu foram 1) musica, 2) comida, 3) body art (tatoos, piercings, brandings, mais o resto que so imagino). Tudo isto porque quando o tal senhor contratou um assistente (novo) Y para o ajudar com a papelada da Universidade, notou que a musica de fundo do cubiculo do Y padecia de uma certa caracteristica: era sempre variada. Dia apos dia, semana apos semana, nunca ouviu a mesma musica duas vezes. E mais, a seleccao musical era do mais ecletico possivel, tanto tocava pimba como rap como jazz. Coisa estranha para o Dr X que andava a ouvir o mesmo CD ha meses e que os tinha favoritos para diferentes tarefas - escrever projectos com Debussy, nas horas para os estudantes outra coisa qualquer e no carro tambem ja nao me lembro (e a idade). Ficou fascinado com a ideia de que deveria haver mais coisas que vem (neste caso, se vao) com a idade. Como tinha tempo (sim, ser prof catedratico tem essa vantagem), resolveu ir ate ao "fundo" da questao e concluiu que quando envelhecemos, nao temos interesse em saber qual e a musica do momento ou comprar CDs diferentes, nao nos decidimos finalmente a experimentar peixe cru e salada de algas e nem pensar em argolar o nariz, ou outra extremidade qualquer. Bem, melhor contextualizar a coisa, o Dr X trabalha em stress, mais propriamente numas moleculas que o nosso corpo produz em situacoes de stress e que por seu lado afectam uma regiao do cerebro importante para a aprendizagem e formacao de memoria. Toda a gente sabe que o stress nao e coisa boa, mas que fosse tao preverso ao ponto de mexer com o nosso cerebro, essa nem lembrava ao diabo. OK, estamos agora "todos" sintonizados. Este "mecanismo" (evolutivo, sem duvida), da "nao mudanca", pode servir para nos proteger dos efeitos nocivos do stress que resulta das situacoes novas. Ou seja, como a partir dos 35 ja nao somos catraios novos, temos de engavetar bem a nossa vidinha senao zas, vem Alzheimer, vem Parkinson, vem a demencia generalizada. Nao sei se acredito nessa...

Bom, seria complicado descrever aqui todos os contornos do estudo (nem o conseguiria, mesmo que quisesse muito) e convenhamos, e sempre dificil homogenizar humanos e os seus comportamentos, po-los todos dentro do mesmo circulo. Mas fiquei a pensar, sera que o que o Dr X fala tambem poderia explicar a minha irritacao/desconforto/bla bla quando dou com um Ipod, ou um leitor de CDs ou o que quer que seja em modo "shuffle"? E que nao suporto mesmo...de certeza que se uma mente mais iluminada, dada as psicologias ou as terapias ouvisse isto, deduziria "haa!, por isso que que es assim, e nao assado, gostas disto e nao daquilo e se calhar a tua infancia nao foi verdadeiramente feliz". Melhor e nao stressar mesmo porque esta em causa a vida de alguns neuronios que me podem fazer falta para actividades bem mais interessantes.

Ja agora, os caes tem uma fascinacao incrivel por insectos voadores. Porque sera?

Saturday, October 21, 2006

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Algures deve estar um anjo espatifado no chao: O Nick Cave esta a cantar na televisao...

Junk Girl

There once was a girl
who was made up of junk.
She looked really dirty,
And she smelled like a skunk.

She was always unhappy,
or in one of her slumps - perhaps 'cause she spent
so much time down in the dumps.

The only bright moment
was from a guy named Stan.
He was the neighborhood
garbage man.

He loved her a lot
and made a marriage proposal,
but she'd already thrown herself
down a garbage disposal.

Tim Burton


FYI, 24h and counting...

"The bridge"

Ontem no 20/20 fizeram uma reportagem sobre um documentario controverso que estreia na semana que vem. Alguem decidiu filmar a Golden Gate Bridge durante um ano, sem dizer a ninguem, nem a camara municipal, nem a empresa que gere a ponte, nem ao 911. Esse ano de filmagens foi transformado num documentario sobre suicidio. E ontem…admito que nao consegui desligar a televisao, que a aparente facilidade de todo o processo me fascinou. Desde o trepar do separador (que mede apenas cerca de 1m e 20cm) ate ao salto ou ao passo ou ao abandono, aos 4 segundos verticais. O gothic de cabelo negro-lustro, compridissimo, virou-se de costas para a baia e deixou-se cair, com os bracos abertos, simplesmente cair de corpo plano. Admirei-lhe a coragem, a paz. Nao acho que o suicidio seja um acto de cobardia.

Hoje fui a cidade grande mas nao vi a ponte vermelha. O dia estava excepcionalmente bonito, sem nevoeiro, sem vento, sem cinzento, perfeito.

Patologias umbilicais.

Hoje doi-me o umbigo. Por ter olhado "demais" para ele. Fui, por uns escassos minutos, a versao impossivelmente humana da fada Oriana, que, quando lhe vieram dizer que era linda de morrer (maldito bicho que lhe foi azucrinar os ouvidos), passou a esquecer-se de ajudar a velhinha, de brincar com os animais, de manter em ordem a floresta, ou seja, tornou-se uma fedelha insuportavel. Uma Lolita de trazer por casa. Mas no fim tudo se compos e o bom senso voltou (obrigado Sophia, salvou-me o resto da infancia). Estou certa que eu tambem tenho remedio. Ja o meu umbigo, nao sei. Disseram-me uma vez que nem e em condicoes de ser adornado…apeteceu-me discordar (“acha?” foi tudo o que a boca disse… adrenalizada que estava pela orelha em brasa) mas decidi que era melhor deixar a coisa por ali - nao e preciso ter-se sempre a ultima palavra. Muito menos em questoes de umbigos.

Friday, October 20, 2006

Cavaleiro Andante

No outro dia deu na CNN que o Lionel Richie e o mais famoso export americano no Iraque. Ora esta nao estava eu a espera...uma mistura de romantismo piegas com frases cliches que ate (!) batem certo, baladas de por a lagrima ao canto do olho, e melodias mais pop que tanto dao para o Body Pump quanto para o encerramento dos jogos olimpicos de Atlanta. What do I love to hate? Rui Veloso...vou abracar as minhas tendencias ecumenicamente correctas e levar a testa ao chao (e inevitavelmente, virar o posterior para a lua), sob o "Eye of God", em honra do senhor Carlos Te.


Porque sou o cavaleiro andante
Que mora no teu livro de aventuras
Podes vir chorar no meu peito
As mágoas e as desventuras

Sempre que o vento te ralhe
E a chuva de maio te molhe
Sempre que o teu barco encalhe
E a vida passe e não te olhe

Porque sou o cavaleiro andante
Que o teu velho medo inventou
Podes vir chorar no meu peito
Pois sabes sempre onde estou

Sempre que a rádio diga
Que a américa roubou a lua
Ou que um louco te persiga
E te chame nomes na rua

Porque sou o que chega e conta
Mentiras que te fazem feliz
E tu vibras com histórias
De viagens que eu nunca fiz

Podes vir chorar no meu peito
Longe de tudo o que é mau
Que eu vou estar sempre ao teu lado
No meu cavalo de pau


Done. Cold turkey. Not feeling weird. Tomorrow is another day.

Concurso aberto....

Dr Cirurgiao, para o caso de nao teres desistido de ler os posts que vou debitando a conta-gotas, aqui fica o convite...queres escrever neste blog? Nada de coisas complicadas, nada de palavras de advogado que eu nao tenho por ca dicionario de portugues...
Tu ate deves ter coisas engracadas para contar desde que te mudaste para o outro lado do planeta...ja rezas?

Blogs e bla bla

Hoje resolvi comentar (pela segunda vez – ai ui, onde isto ja vai) uma autodenominada gaja gira, cheia de contradicoes, que gosta de rotinas e tem uma fotografia mental do homem certo, o que a vai "tirar do serio”. Nunca percebi muito bem o que quer dizer “tirar do serio” mas enfim, supostamente o “serio” e um sitio ou um “mood” nada simpatico, talvez quadrado, talvez rotineiro (nao, nao, nao, ela gosta de rotinas). Eu sou mesmo pateta, comentar pessoas que nao conheco. Analizar o blog aniversariante? Nunca mais caio nessa parolice…ate parece que nao tenho mais que fazer.
Pois, porque entre congressos (vai mais um) para fazer o update do processador que anda em cima dos meus ombros, trabalho, casa, google, ginasio, posto dos correios, lavandaria, forums, websites, pound cakes e oleo de figado de bacalhau, resta um pouquinho de tempo que e mal gasto a ler (e a comentar) blogs alheios. Que fazer entao com o precioso tempo livre? Ver e rever filmes (mais rever) e sempre delicioso. E raro ir ao cinema, mas vou indo. Sou cliente assidua do Blockbusters ainda que me chateie o facto da seccao de filmes estrangeiros estar a encolher a olhos vistos. Nao gostei do “Me and You and Everyone we know” por isso matem-me, tirem-me desta miseria intelectual em que vivo. Nao gostei do “The end of the affair” mas nunca consigo descolar os meus olhos dos olhos do Ralph Fiennes… nao me sai da cabeca o “I don’t miss you” desesperado no “Paciente ingles” nem a cena em que ele remenda o vestido da Katharine e acho-o um “naco” em “Strange days”, com os seus fatos Armani e a pasta cheia de Rolexes do chines.

Wednesday, October 11, 2006

The Chinaman


A "keeper"...

Monday, October 02, 2006

E a falta de tempo?

Por entre idas e vindas a conferencias, uma semanita de ferias, uma constipacao XL, dead-lines, azelhices e preguica, ja la vao dois meses em que aqui nao venho escrever uma frase sequer. Tem-me apetecido mais ler os outros e as outras, como que uma "instant gratification" bloguista. Mas vou tentar ser mais assidua, uma vez que se corro o risco de se me embrutecer de vez o Portugues. Nao que espere que alguem queira saber o que se me vai acontecendo ou com que vou ocupando os neuronios...
Apetecia-me ter um daqueles blogues escritos por pessoas sortidas...vou tentar a minha sorte.