Monday, November 26, 2007

Caminhos cruzados

Esta frio. A Leninha dizia “faz frio” e nos, pela milesima vez, ainda esperancadas de a ver deixar Coimbra sem usar o francesismo, gritavamos em unissono “esta frio”. Raramente falo ou penso Coimbra. Esqueci-me (minto) de Albany e quanto ao que esteve entre Coimbra e Albany – Oeiras - sou quase indiferente. Ou mais ou menos. O apartamento entre a estacao dos comboios e o Pingo Doce la em cima, as noitadas a estudar na sala com a Carla, a televisao sempre estragada, a alcatifa que eu queimei, o stress do desempenho, a sensacao de que a qualquer momento o engano ia ser desfeito. Parece que foi ha tanto tempo. E foi. Precisamente 11 anos. Brrrr.
Enfim, “esta frio”, sabe bem estar em casa, ter o aquecimento ligado e beber chazinhos pretenciosos (os recentes favoritos sao African Autumn da Harney & Sons e Organic Hojicha green tea da Mighty Leaf) por chavenas brancas “made in china”. Tenho de comprar um daqueles bules de ferro japoneses, negros, pesadissimos, de textura rugosa e canecas sem asa e convidar a Nobuko para vir beber cha a serio. A mao direita a rodear a caneca desasada, as pontas dos dedos da mao esquerda a tocar levemente a base, a fingir uma necessidade desnecessaria de usar as duas maos, um resquicio de delicadeza de geisha. Podiamos ate pintar uns labios vermelho-cereja sob um fundo de cal viva. E rir sorrisos amarelos, envergonhados pela alvura da pele. Branco, branquinho, neve acabadinha de cair…cristais que se “apanham” com folhas de cartolina preta. Tao lindo…pois e, eu bem digo que minto. Descaradamente.

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