Ainda o Aborto
Farto-me de perguntar ao meu gang quando e que o referendo sobre o aborto acontece…ninguem sabe, nao esta ainda marcada a data…Assim, enquanto espero no que a auscultacao das massas vai dar, tento ler (nos minutos de tempo “idle” entre as diversas fases de manufactura das “pocoes”) um blog muito a direita a favor do “nao”. E interessante que nestas coisas de blogues, nem sempre se sabe (a partida) o sexo de quem escreve e tambem nem sempre e facil adivinhar a idade, a nao ser que o perfil tenha escarrapachada toda e mais alguma informacao, o que me da sempre um certo nervoso miudinho. Concluindo, no caso dos mais timidos, ou no meu caso, dos mais medrosos, so a medida que se vai lendo alguem, e que se descobrem os tons da pessoa, incluindo se nasceu menino ou menina e quantas rugas tem no rosto. Enfim, voltando a carga, tudo isto para chegar ao busilis da questao, quem la escreve (no blogue do “nao”) parece ter background, idade, cultura, etc, muito diferente, mas tem uma coisa que quase juro os une e que nao e serem todos pelo nao: sao quase todos homens. Which begs the question: serao as mulheres portuguesas menos interessadas nestas questoes que tanto respeito lhes dizem, terao menos tempo, serao mais burras, mais acanhadas, o tal makeup genetico da-lhes para a emotividade, nao compativel com escrita clara e contundente? O meu gene da eloquencia e da assertividade levou com multi mutacoes em cima, o que me proibe de fazer lindos (leia-se claros e contundentes) discursos sobre a questao da despenalizacao do aborto. E honestamente tambem nao procuro perceber as nuances da lei + questoes de semantica para poder opinar com racionalidade. Mas uma coisa eu sei, que isto das mulheres se ficarem nas percentagens dos que “nao sabe/ nao respondeu”, nao ta com nada. E que nao e preciso ser biologo para perceber que apesar de haver DUAS contribuicoes IGUAIS para a criacao da vida, e preciso ser mulher para sentir que as contribuicoes passam a ser muito diferentes na incubacao da vida e na continuacao da vida ca fora. Que as mulheres deixem largamente aos homens a discussao de um assunto que as afecta directamente, ainda que seja num blogue, e muito muito decepcionante.
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