Thursday, March 20, 2008

life unscripted

Ha alturas em que me apetecia ser doutora de medicina, doutora das verdadeiras, das a serio, das que tratam pessoas em vez de ratinhos. Porque perguntas complicadas requerem respostas curtas, de curteza inversamente proporcional a sapiencia que contem. Porque o que eu digo nao sossega ninguem, porque la vem sempre o disclaimer "nao sou medica" ainda que muitas vezes a coisa se resolvesse com um pouco de senso-comum. Mas pedir ou esperar senso comum quando se trata de criancas sem esperanca, pais sem respostas nem opcoes, num beco sem saida, e quase uma violencia. E depois, quando a realidade tem uma voz, nome, familia, rotinas, tudo muda. Tudo muda. Queria poder fazer mais e posso tao pouco. A minha mae, que as vezes diz coisas carregadas de sabedoria, devolve-me alguma da confianca que o "nao sou medica" me rouba, ao salientar que ser uma especie de corda que liga a boia ao barco ja vale. Nao sei. Mas e uma metafora interessante.

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