Wednesday, June 28, 2006

There is a light that never goes out…

Hoje passei no blog do Pedro Mexia – tinha-o encontrado ha tempos, um link ou uma referencia no blog que ja nao existe e que eu lia sempre “2 andar direito”. Ele e da minha idade, e parece que e poeta, comentador e mais coisas (diz-se “intelectual”?). Nao lhe conheco o trabalho mas pelo que escreve no blog, gosta de mulheres, parece sofrer de “not enough sex” (mas se calhar e so para despistar), gosta de transcrever momentos do Seinfeld e linka para amigos interessantes – alguns que escrevem ao mesmo estilo dele. O “estado civil” tem pequenos textos/frases, entremeadas na prosa interessante (umas engracadas, outras tontas, todas honestas) que quase me lembram as dos livrinhos de pensamentos das “Edicoes Paulistas”, vendidos ali na livraria pegada a Se de Aveiro. Uma vez, numa festa de Natal do conservatorio em que no fim se distribuiram prendas surpresa, consegui trocar - com um inocente qualquer - um desses livrinhos por um jogo do Mikado. O que eu gostava do Mikado. Ainda existe. Sempre me orgulhei do modo astucioso como fiz a coisa. Skills perdidos e amargamente chorados, sim… O “Estado Civil” lembra-me o livro do Bruce Chatwin “The Songlines” em que a meio da aventura da Australia, aparecem citacoes de vultos, pessoas normais ou do proprio Bruce sobre as deambulacoes ou nao, da especie humana. Como se o que ele nos esta a dizer sobre “Dreamtime”, “Songlines”, “Coons” e “Walkabouts”, nao interessa nada pois nao e suficiente para demonstrar a cultura, as viagens, os momentos unicos que viveu. Ate pode ser que a coisa tenha um significado menos narcisista do que lhe estou a pintar. Ate pode ser que eu seja uma grandessissima ignorante e tenha perdido uma boa oportunidade para adquirir alguma “cultura”. Fica a duvida. E fica tambem por ai a comparacao porque la bem no fundinho ate nem penso que as citacoes ou os pensamentos do Pedro Mexia tenham o objectivo idiotico de o mostrar melhor do que e. Gosto de o ler. Gosto de pensar que tem barriga e que um destes dias ficara deprimido a modos de precisar de uma dose dupla de Zoloft e deixara de escrever porque a Scarlett aceitou um anel de noivado.

Enfim, o que me deixou com vontade de escrever foi o Pedro M. ter assinalado os 20 anos do disco dos Smiths “the queen is dead”. Fiquei invejosa pela lembranca, pela capacidade de estar n’sync com a sua (e minha) – recente- juventude, over and over again. Tenho pena de nao me ter lembrado tambem…os Smiths “vieram a mim” atraves de um namorado do liceu (o *primeiro* a serio), e eu nao perdi tempo a apropriar-me (com sucesso variavel) da paixao dele por eles, das letras que ele cantava, dos Dr Martens, do gosto por Beefeater Gin, do sotaque britanico. A apropriacao dessas coisas, como convem, foi duradoura, o namoro nem por isso. E casado, deve ter uma mulher bonita, filhos bonitos e geniais e eu tenho-lhe um odiozinho pequenino e mesquinho de quem se alimenta a honradez com a indignacao provocada por comportamentos menos profissionais. Claro que ele nao dara por isso “a rat’s ass”. Get over it, eu sei, eu sei, e a resposta a metade dos meus problemas. A solucao da outra metade e “get on it, NOW”. Ena ena, it’t all here. Agora divago de novo, estou a divergir, embora em tangente, se e que isso e possivel (valha-nos Deus), do assunto. Bem, entao nem e preciso bater-me tanto na ceguinha – ha precisamente 1 ano estive duas semanas a trabalhar em Londres e passei-as quase inteirinhas a ouvir o CD do Morrissey “Live at Earls Court …..” e no fim estupidamente emocionava-me sempre quando lhe ouvia “don’t forget me”. Eu nunca me vou esquecer… mas de datas esquecer-me-ei sempre. Ha coisas que nao mudam. E mesmo verdade. Repito-me sempre.

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